6 de janeiro de 2012

POR QUE FAZER 108 SAUDAÇÕES AO SOL?




HUMBERTO MENEGHIN


Fazer cento e oito saudações ao Sol não é tarefa fácil para ninguém, nem mesmo para os que estão mais familiarizados com a sequência específica de ásanas que compõem esse vinyasa. Mas, será que aqueles que se predispõe a essa prática, muitas vezes oferecida e anunciada de tempos em tempos por alguns espaços de Yoga, sabem o porquê de se fazer as cento e oito saudações ao Sol? Ou será que praticam apenas para entrarem na onda, transpirarem e perderem mais calorias?









Geralmente as cento e oito suryas são vinculadas a uma passagem, a uma troca de estações ou até a um evento ativista e então algumas pessoas encontram o propósito de saudar o Sol durante o evento ou a transição.


O número cento e oito, como a grande maioria dos praticantes e simpatizantes do Yoga já estão mais do que cientes, é um número muito significativo para a tradição Hindu, dentre outras. 


Para destacar alguns fatos que envolvem esse número mais do que especial, temos que o diâmetro do Sol é cento e oito vezes o diâmetro da Terra e a distância média da Lua para Terra é de cento e oito vezes o diâmetro da Lua. 


Ainda, podemos também lembrar que o mala que auxilia na contagem da recitação de um mantra é composto por cento e oito contas, ou seja, o número cento e oito parece ser mais do que marcante. 


Para continuar constatando mais fatos envolvendo esse número, você encontra aqui (em inglês): http://www.hknet.org.nz/108meaning.html










Curiosidades à parte, decidir ou não participar de uma sequência de cento e oito suryas namaskar vai depender unicamente da predisposição e condições físicas do praticante, não dispensando também a assistência de quem irá conduzir o vinyasa; pois, nem todos que acham que estão preparados para tal “homenagem” ao Sol, na verdade podem não estar e a referida prática somente irá trazer conseqüências não desejadas.




Não adianta querer passar dos limites do bom senso e se sentir muito desconfortável com uma prática na qual ainda não está pronto ou pronta. Alguns, mesmo demonstrando cansaço, excesso de suor e até tremedeira podem desejar seguir a empreitada das 108 Suryas; no entanto, esta ação não estará verdadeiramente nutrida do propósito principal que é saudar o Sol, em movimento, numa meditação consciente.









Percebendo, então, que não há mais condições para completar as cento e oito saudações ao Sol, aquele ou aquela que já fez alguns ciclos, mesmo que abaixo de dez, pode perfeitamente encerrar a sua participação, estando ciente que de nada adianta se sacrificar por alguma coisa que não lhe fará bem e muito menos se sentir demasiadamente impotente por não fazer o que outros fazem, mesmo havendo pressão por quem conduz a saudação.



Mas será que a maioria que completa o ciclo das cento e oito Suryas realmente atingiu o objetivo de saudar o Sol ou o fizeram de uma forma mecânica para mais tarde comentar que completaram todo o vinyasa?









Pode ser que alguns praticantes que se empenharam, realmente saudaram o Sol eivados de toda a significância que esta ação pede, independente se fizeram ou não por cento e oito vezes.


Muitos apreciam realizar a saudação por 108 vezes exatas, como se estivessem fazendo um japa mala, visto que há mantras específicos ao Surya, num ritual, com o objetivo de cultuar o Sol. 


Independente de 108 ou menos vezes, realizar o Surya Namaskar é um sadhana, composto por um grupo de ásanas que tem por objetivo regular a nadi pingala, que purifica e aquece o corpo e que na verdade também ajuda a equilibrar a energia tanto mental quanto física.


No entanto, se o praticante que ainda não conseguiu fazer as cento e oito saudações ao Sol achar que precisa fazê-lo para se sentir mais seguro, poderia pensar em praticar, pouco a pouco, dia a dia, e quando o físico e a mente estiverem mais aptos, possivelmente chegará às cento e oito vezes, isso se ainda achar que deve e que é importante, pois poderá, no meio do caminho, mudar completamente este conceito.

Harih OM!

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